Giroscópios e esferas luminosas. Sim, amigos, estamos falando do PlayStation Move.Como já havia um PlayStation 3 no pedaço, optamos pela compra do Starter Kit, que é vendido por aproximadamente cem dólares.
Dentro da caixa, encontramos o controle, a câmera do console, um carregador avulso (muito embora o recarregamento possa ser feito através do console, por meio da porta mini USB) e o jogo Sports Champions, que foi desenvolvido com o propósito de demonstrar as forças do Move.
Mas afinal de contas, como é o novo periférico da Sony? Ele realmente funciona de acordo com o que foi divulgado? A análise completa — contendo fotografias, testes técnicos e vídeos — será postada somente na próxima semana. Mas, para não deixarmos vocês esperando tanto tempo, já vamos logo adiantando quais foram as nossas primeiras impressões.
Instalação inicial
Com o controle carregado e o firmware atualizado no PlayStation 3 — o que é necessário, uma vez que o suporte para o Move e a sua calibração foram implementados há pouco tempo —, apenas conectamos o cabo USB na parte inferior do acessório para que ele fosse reconhecido, soltando-o em seguida.
Para a nossa surpresa, mesmo sem qualquer tipo de calibragem, o controle já servia para operar a Cross Media Bar (os menus do PlayStation). O funcionamento é muito simples: você segura o gatilho e movimenta o controle na direção desejada. Quanto mais lateral a direção, mais rápida é a navegação.
Algumas seções, como o navegador de internet e os destaques da loja virtual, utilizam o PlayStation Move como um dispositivo apontador, substituindo um mouse convencional, por exemplo.
Esquentando a cabeça...
Toda a empresa costumeiramente se reúne no salão, local onde também são realizados os testes iniciais com os jogos. O novo acessório do PlayStation, dotado de um globo luminoso em sua ponta, logo virou motivos para piadas de todos os funcionários que passavam...
Aguentar as risadas e as mesmas perguntas nunca foi problema, até mesmo porque todos aqui entram na brincadeira. A questão é que o Move resolveu falhar, bem na “hora H”, isto é, antes dos testes com Sports Champions. Ai ai ai...
Na primeira tentativa, a calibragem mostrou uma mensagem de sucesso, mas bastou chegarmos aos menus para percebermos que tudo estava errado. Tínhamos que segurar o controle de lado para que o cursor ficasse alinhado ao centro da tela.
Sem sustos! Saímos do jogo e tentamos novamente. Na segunda vez as vaias dos nossos espectadores começaram... A câmera estava ajustada e centrada, enquanto nós fazíamos tudo o que era pedido na tela. Sem sucesso, obviamente, já que a esfera luminosa do controle não se acendia.
A última tentativa foi a mais frustrada, uma vez que o jogo simplesmente travou enquanto a mensagem da calibragem rodava infinitamente. Foi somente depois de tudo isso que recorremos ao mais óbvio e simples recurso: reiniciar o console. Problema resolvido! As novas tentativas foram um sucesso imediato e em menos de dois minutos já estávamos nos divertindo com o tênis de mesa.
Começa a diversão
A equipe tem um olhar técnico, mas foi inevitável a reação de todos frente ao Move. Nos primeiros minutos, foi como se um bando de crianças estivesse lidando com um brinquedo nunca visto antes. De certo modo, a cena foi muito parecida com observada quando testamos um Wii pela primeira vez. A diferença é que, apesar de recorrer à mesma base para o seu funcionamento, o Move parecia ler tudo o que fazíamos.
A precisão tornou-se óbvia assim que a ansiedade baixou. Tentamos movimentar a raquete livremente pela tela, percebendo que a leitura era realmente adequada. As jogadas, ainda no tênis de mesa, são totalmente dependentes da força e da direção que o jogador coloca. O deslocamento lateral e frontal é reconhecido imediatamente, transformando a sala no seu espaço de jogo.
É verdadeiramente impossível jogar Sports Champions sentado ou em um pequeno espaço. Você precisa pular de um lado para o outro não só para alcançar a bola horizontalmente, mas também para se precaver das jogadas curtas, arquitetadas pelos oponentes nas dificuldades mais elevadas. O suor é inevitável!
Conforto e resposta
A grande pergunta da maioria é: há algum atraso perceptível entre os movimentos e a resposta na tela? De fato, algumas das demonstrações realizadas pela Sony assustaram pela discrepância entre jogadores e personagens, mas o problema parece estar diretamente relacionado aos jogos e não ao acessório.
Em nossos próprios testes, vimos uma leitura quase imediata em algumas modalidades Sports Champions, enquanto outras tinham um atraso mais visível — caso do vôlei, que parece se basear mais nos gestos do que na posição absoluta do acessório. No entanto, em nenhum momento esse atraso mínimo nos atrapalhou. A maioria provavelmente nem perceberá que ele está lá.
O conforto do controle depende do tamanho da mão do usuário, muito embora nenhum dos redatores tenha reclamado a respeito da construção. Os dedos se encaixam com facilidade sobre o gatilho posterior (o botão T) e sobre o botão Move, muito embora a alteração na rotação dos quatro botões frontais confunda o cérebro.
Testes complementares
O segundo alvo de nossos testes foi Resident Evil 5: Gold Edition. Infelizmente, não saímos com uma boa impressão, uma vez que o suporte para o Move parece como um plano secundário e não algo pensado desde o princípio.
Chris se movimenta normalmente através de um subcontrole ou do próprio DualShock, que pode ser apoiado no colo do jogador. A questão é que o acesso ao controle de câmera fica restrito, tornando praticamente obsoleta a mira através do Move. Tentaremos outros métodos de controle, mas o primeiro contato não foi positivo.
Em seguida, testamos as demonstrações de Tumble, EyePet e KungFu Rider. Tumble parece muito engenhoso e respeita o posicionamento absoluto do controle, testando a noção espacial do jogador com uma série de etapas de aprendizado. A resposta dos controles é impecável, forçando-o a manter os pulsos firmes, em paralelo com o chão.
EyePet serviu como um teste para vermos como funciona a aplicação da realidade aumentada junto ao acessório. Pequenos objetos substituem o Move em nossas imagens na tela, despertando risos na empresa e demonstrando o potencial de interatividade com os jogos que serão lançados em breve.
Por fim, Kung Fu Rider foi o jogo mais fraco que testamos. Sua estrutura é repetitiva e a resposta aos comandos não é boa. Felizmente, ficou claro que o problema é com o jogo e não com os novos controles da Sony.
Em busca das respostas
Depois de praticamente dois dias de testes, podemos dizer que o PlayStation Move está à altura da expectativa criada pela Sony. A equipe inteira parou para observar o funcionamento dele no primeiro dia. Agora que demos uma folga, percebemos que todo o restante do escritório se reuniu para brincar...
O hardware é sólido e tem muito potencial, indo além do que é oferecido pela Nintendo. No entanto, o sucesso somente será obtido através de bons jogos e de aplicativos inteligentes — os quais ainda são escassos.
Ao longo da próxima semana, daremos início aos testes técnicos, envolvendo a reação do controle a condições extremas de iluminação, taxas de resposta, funcionamento para o direcionamento de ponteiros e os processos de calibragem.
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